Sistema
capitalista
Sistema
econômico e social que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de
produção, pelo trabalho livre assalariado e pela acumulação de capital.
Consiste também na racionalização dos meios de produção e na exploração de oportunidades
de mercado para obter lucro.
Na
Europa, essas características aparecem desde a Baixa Idade Média, do século XI
ao século XV, com a transferência do centro da vida econômica, social e
política dos feudos para as cidades.
Nas
regiões mais desenvolvidas, como Itália e Flandres, já havia bancos, letras de
câmbio, intensa atividade de comércio e divisão de trabalho – cada trabalhador
executava apenas uma parte da produção. Na Idade Moderna, do século XV ao
século XVIII, os reis absolutistas expandem o comércio por meio do
mercantilismo. O Estado controla a economia e busca colônias para incentivar o
enriquecimento das metrópoles. Esse enriquecimento favorece a burguesia, que
passa a contestar o poder dos reis, resultando na crise do sistema absolutista.
A
partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se
um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e
acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia industrial assume o
controle econômico e político. As sociedades passam a rejeitar os tradicionais
privilégios da aristocracia – baseados na distinção pelo nascimento –, e a
força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas, a
fisiocracia, o marxismo e o liberalismo, que defende a não interferência do
Estado na economia.
A
livre concorrência entre as empresas é uma das principais características do
início do capitalismo. A busca de ampliação de mercados, com a expansão dos
negócios por todas as regiões do planeta, leva a um enorme desenvolvimento das
forças produtivas. A partir do final do século XIX, ganham importância os
monopólios e cartéis – associações de grandes empresas que dividem o mercado
entre si, eliminando concorrentes menores.
Século
XX – Após a crise econômica de 1929, o Estado passa a interferir nas atividades
econômicas em muitos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o presidente
Franklin Roosevelt implementa, em 1933, o New Deal (Novo Acordo), um programa econômico e social
que introduz, entre outros benefícios, o subsídio ao desemprego e projetos de
obras públicas. Roosevelt é fortemente influenciado pelas ideias do economista
britânico John Maynard Keynes (1883-1946), que defende uma política anti-desemprego
patrocinada pelo governo. Seguindo o modelo norte-americano e as ideias
keynesianas, países como Inglaterra, França e Alemanha criam o estado do
bem-estar social (welfare state), um sistema que garante aos cidadãos saúde,
educação e aposentadoria. A partir da década de 60, o neoliberalismo preconiza
a atuação mínima do Estado no campo social (previdência, saúde e educação) e a
não interferência nos processos econômicos. Nos anos 80 e 90, muitos países
neoliberais põem fim ao sistema estatal dos meios de produção e abrem caminho à
privatização, à formação dos blocos econômicos e à globalização da economia.
I
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL; II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL; III REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
Processo
de mudança de uma economia agrária e baseada no trabalho manual para uma
dominada pela indústria mecanizada. Tem início na Inglaterra por volta de 1760
e alastra-se para o resto do mundo. Caracteriza-se pelo uso de novas fontes de
energia, pela invenção de máquinas que aumentam a produção, pela divisão e
especialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação
e pela aplicação da ciência na indústria. Provoca profundas transformações na
sociedade: o declínio da terra como fonte de riqueza, o direcionamento da
produção em larga escala para o mercado internacional, a afirmação do poder
econômico da burguesia, o surgimento do operariado e a consolidação do
capitalismo como sistema dominante na sociedade.
I
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – O pioneirismo inglês, no século XVIII, deve-se ao grande acúmulo de capital (em razão da rápida expansão do comércio ultramarino e continental), às reservas de carvão e ferro, à grande quantidade de mão-de-obra, ao avanço
tecnológico e à existência de mercados consumidores. Em sua origem está a
Revolução Gloriosa (1688), que assinala o final do absolutismo inglês e coloca
a burguesia no controle do Estado. A disponibilidade de capital e o sistema
financeiro eficiente facilitam os investimentos dos empresários, que constroem
ferrovias, estradas, portos e sistemas de comunicação, favorecendo o comércio.
Os campos são apropriados pela burguesia, no processo chamado de cercamento,
originando extensas propriedades rurais. Com isso, os camponeses são expulsos
das terras, migram para as cidades e tornam-se mão-de-obra à disposição. Por
outro lado aumenta a produção de alimentos, contribuindo para o crescimento
populacional.
Avanços
técnicos – O desenvolvimento de máquinas – como a máquina a vapor e o tear
mecânico – permite o crescimento da produtividade e a racionalização do
trabalho. Com a aplicação da força a vapor às máquinas fabris, a mecanização
difunde-se na indústria têxtil. Para melhorar a resistência delas, o metal
substitui a madeira, estimulando a siderurgia e o surgimento da indústria
pesada de máquinas. A invenção da locomotiva e do navio a vapor acelera a
circulação das mercadorias.
Oferta
de mão-de-obra – O novo sistema industrial institui duas novas classes opostas:
os empresários, donos do capital, dos modos e bens de produção, e os operários,
que vendem sua força de trabalho em troca de salário. A Revolução Industrial
concentra os empregados em fábricas e muda radicalmente o caráter do trabalho.
Para aumentar o desempenho dos operários, a produção é dividida em várias
etapas. O trabalhador executa uma única, sempre do mesmo modo. Com a
mecanização, o trabalho desqualifica-se, o que reduz os salários. No início, os
empresários impõem duras condições aos operários para ampliar a produção e
garantir margem de lucro crescente. Estes, então, se organizam em associações
para reivindicar melhores condições de trabalho, dando origem aos sindicatos.
II
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – Inicia-se a partir de 1870, com a industrialização da
França, da Alemanha, da Itália, dos EUA e do Japão, entre outros. Novas fontes
de energia (eletricidade e petróleo) e produtos químicos, como o plástico, são
desenvolvidos, e o ferro é substituído pelo aço. Surgem máquinas e ferramentas
mais modernas. Em 1909, Henry Ford cria a linha de montagem e a produção em
série. Na segunda metade do século XX, quase todas as indústrias já estão
mecanizadas e a automação alcança todos os setores das fábricas. As inovações
técnicas aumentam a capacidade produtiva das indústrias e o acúmulo de capital.
As potências industriais passam a buscar outros mercados consumidores.
III
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – No período pós - II Guerra Mundial a partir da década de
50, surgem complexos industriais e empresas multinacionais. As indústrias
química e eletrônica crescem e desenvolvem. Os avanços da automação, da informática e da
engenharia genética são incorporados ao processo produtivo, que depende cada vez
mais de alta tecnologia e de mão-de-obra especializada. A informatização
substitui, em alguns casos, a mão-de-obra humana, contribuindo para a
eliminação de inúmeros postos de trabalho.
O
capitalismo globalizado vem promovendo uma profunda reorganização do mercado de
trabalho. Em um cenário dominado pelo desemprego e pelo enfraquecimento dos
movimentos trabalhistas, as empresas descobrem uma forma de cortar custos e
abater encargos sociais: aumentar em seu quadro a fração dos trabalhadores sem
registro em carteira e dos autônomos. A flexibilização dos contratos é uma das
saídas propostas para regularizar essa situação. Com o objetivo de abrandar o
desemprego, muitos defendem também a redução da jornada de trabalho (com os
empregados trabalhando menos horas, as empresas idealmente precisariam
contratar mais trabalhadores para cumprir as metas de produção). Mas uma coisa
é certa: o problema não será solucionado de forma consistente sem que os países
retomem o caminho do crescimento econômico — a melhor forma de gerar empregos.
Outros
fenômenos recentes são o crescimento do segmento informal da economia e a
transferência de trabalhadores da indústria para o setor de serviços. Entre os
trabalhadores registrados, aumenta a mobilidade. Poucos são aqueles que ficam
mais de cinco anos em um mesmo emprego.
Desemprego
– O mundo passou por agudos períodos de desemprego, decorrentes das recessões
cíclicas da economia. Um deles ocorre após a crise de 1929, desencadeada pela
quebra da Bolsa de Nova York. Na década seguinte, 27% da população
economicamente ativa dos EUA fica sem emprego. Na Alemanha, o porcentual
ultrapassa a casa dos 40%. Na tentativa de superar essa grave crise social, o
governo norte-americano investe grandes somas na criação de postos de trabalho
durante o período do chamado New Deal, promovido pelo presidente democrata
Franklin Delano Roosevelt. Nos 30 anos que sucedem a II Guerra Mundial, as
nações capitalistas desenvolvidas vivem uma esplêndida fase de expansão
econômica, que lhes permite reduzir o desemprego a níveis ínfimos. A partir dos
anos 1980, porém, um novo ciclo recessivo faz com que o desemprego volte a
rondar vários países industrializados. Em 1995, ele havia batido a casa dos 10%
em três das dez nações mais ricas do mundo: Alemanha, França e Itália. Nos anos
seguintes, as taxas começam a cair, embora ainda sejam altas. E o continente
europeu enfrenta outro problema: o crescimento menor da força de trabalho por
causa do envelhecimento da população. O Japão, por outro lado, não consegue
reverter sua curva de desemprego ascendente. Apesar de subsidiar os empregos,
em 2000 o país registra 4,8% de desempregados, contra menos de 2% na década de
1970. Igualmente grave é a situação das nações em desenvolvimento (Leste
Europeu incluído). Em 1980, elas abrigam 72,5% dos desempregados do mundo. Em
2000 passam a concentrar 88%, registrando na América Latina uma taxa média de
8,8%. Estima-se hoje em 250 milhões o número de desempregados no mundo: 10% do
contingente total de trabalhadores. O setor industrial é o mais afetado.
Mudanças
estruturais – Diferentemente dos exemplos do passado, esse desemprego
persistente, difícil de erradicar, não decorre de crises conjunturais –
localizadas e temporárias, –, mas de mudanças estruturais na economia. A
revolução tecnocientífica que acompanha o atual processo de globalização vem
transformando profundamente o sistema produtivo. Milhares de postos de trabalho
são eliminados pela automação. E isso provoca demissões em massa,
principalmente no setor industrial e entre os trabalhadores menos qualificados.
Outros
aspectos da globalização também contribuem para o fenômeno. A abertura das
economias menos desenvolvidas ao capital externo obriga as empresas nacionais a
diminuir custos para sobreviver à concorrência. E a forma mais óbvia de fazê-lo
é cortando pessoal. Simetricamente, a liberalização incentiva a migração de
fábricas dos países desenvolvidos para regiões em desenvolvimento, onde a
mão-de-obra é mais barata. E isso, em alguns setores, vem reduzindo postos de
trabalho nas regiões ricas.
Informalidade
– Todas essas mudanças (baixos níveis de crescimento, abertura das economias,
inovações tecnológicas e o conseqüente desemprego) têm provocado uma notável
expansão da chamada economia informal. Entende-se por isso aquele conjunto de
atividades que geram renda, sem obedecer à legislação trabalhista vigente. Um
trabalhador informal pode ser provisório, por tempo parcial ou autônomo (quando
é o dono do próprio negócio). Esse tipo de ocupação ganha força nos países em
desenvolvimento. E, dentro deles, principalmente no setor de serviços. Segundo
a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2002 o setor informal abrigou
30% da população economicamente ativa nas nações desenvolvidas, 60% na América
Latina e 90% na
Índia.
Setor
de serviços – Parte da mão-de-obra descartada na indústria consegue
recolocar-se no setor de serviços. Segundo o Banco Mundial, o segmento emprega
hoje mais da metade da força de trabalho do mundo. Na Coréia do Sul, por
exemplo, as atividades ligadas à prestação de serviços (chamadas de terciárias
por contraste com as primárias, desempenhadas na agricultura, e as secundárias,
desenvolvidas na indústria) mobilizam atualmente 53,2% da mão-de-obra, contra
36,4% na década de 1970. No México, o índice salta de 36,3% para 56,2% no mesmo
período.
Flexibilização
– Para diminuir o desemprego e a informalidade, muitos políticos defendem a
flexibilização da legislação trabalhista. Em vez de um conjunto único de
normas, a flexibilização prevê que todo contrato trabalhista possa ser
negociado entre patrão e empregado (geralmente com a mediação do sindicato da
categoria). E contempla desde contratações em tempo parcial até o não-pagamento
de alguns encargos sociais. Na Europa, vários países implantam medidas desse
tipo. Na Holanda (Países Baixos), 36,5% dos empregos são ocupados em tempo
parcial.
Mas a flexibilização
pretende contornar a crise à custa dos antigos direitos dos trabalhadores, sem
que os empresários ofereçam as necessárias contrapartidas. Por isso, em vez de
flexibilização, muitos sindicalistas defendem a redução da jornada de trabalho:
uns trabalhariam menos, para que outros pudessem trabalhar. Outra estratégia
seria instituir programas de reciclagem profissional para desempregados e de
capacitação e crédito para autônomos.
Parabéns, isso é um resumo mesmo hein :D , '-'
ResponderExcluirOtimo , porem pessimo
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